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12.1.12

Vou-me embora de mim.

[…]
Segura
as minhas mãos. Sente-as.
Não vamos conversar sobre literatura,
somos donos de nós, é sobre coisas velhas que vamos construir todas as coisas novas das nossas vidas. Não me peças que seja um charlatão invisível ou que cometa abusos, por honestos que sejam.

Cada história é um poço de pequenas histórias e a pele é um mapa de todas as histórias.
Tentemos
a normalidade. As pessoas normais nunca sabem que o são e as anormais não têm consciência de o ser. Por isso nos resta o olhar. Viaja então por dentro do meu corpo, percorre as florestas e as praias que há em mim, navega este bocado de distância.
Para o fazer,
basta respirar.
Só ver para lá do amor
é de todo impossível.
Joaquim Pessoa, in Vou-me Embora de Mim (Litexa Editora, 2ª ed., 2002)
 

11.1.12

Para descobrir.

Joaquim Eduardo Oliveira
(Apontamentos)
1998-2000

[Não pedi permissão para a divulgação, mas penso que não cometo nenhum hediondo crime]

1.1.12

Respiro o teu corpo.

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.

Eugénio de Andrade, in Poesia de Eugénio de Andrade (Modo de Ler, 2011)